Artigo 4: Cosmogonia — Mitos e ciências sobre a origem do universo

Desde que o ser humano ergueu os olhos ao céu, tem procurado responder à pergunta essencial: de onde viemos?
A resposta a essa pergunta atravessa culturas, épocas e paradigmas. Está nos textos sagrados, nos poemas antigos, nas equações modernas. E é essa multiplicidade de respostas — científicas e simbólicas — que chamamos cosmogonia.

🌀 O cosmos como narrativa

A palavra cosmogonia vem do grego kosmos (universo, ordem) e gonia (origem, geração). É a narrativa da criação.
Mas cada cultura conta esta história de forma diferente. E, no fundo, nenhuma delas é “a verdade absoluta” — são formas simbólicas de dar sentido ao mistério.

Os gregos antigos falavam do Caos primordial, de onde emergem Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). Os egípcios descreviam Nun, o oceano infinito, de onde nasce a colina sagrada. No Génesis bíblico, tudo começa com o verbo, a palavra criadora.

E, por trás de todas estas histórias, encontramos sempre o mesmo impulso: compreender a ordem por detrás do caos. Encontrar o sentido no aparente acaso.

🔭 A visão científica: Big Bang e para além

Na ciência moderna, a narrativa dominante é o Big Bang — um ponto de origem há cerca de 13,8 mil milhões de anos, onde todo o espaço, tempo, energia e matéria estavam condensados numa singularidade.

Mas mesmo a ciência começa a abrir-se ao mistério: o que havia antes? Porque é que algo existe em vez de nada? A física quântica, a teoria das cordas e os modelos do multiverso desafiam a ideia de um início absoluto, propondo realidades múltiplas e ciclos infinitos de criação.

A cosmogonia científica não nega o mistério — apenas o veste com outras palavras.

✨ Entre o mito e a equação

A filosofia noética convida-nos a olhar para todas estas cosmogonias como camadas de uma mesma verdade. O mito fala à alma, a ciência fala à mente — e ambas são necessárias.

O mais importante não é descobrir como o universo começou, mas como essa narrativa ecoa dentro de nós. Porque, se o cosmos teve um início, também nós carregamos esse momento de origem dentro do nosso ser. Somos memória viva da criação.

E talvez a verdadeira pergunta não seja “de onde viemos?”, mas sim: “o que viemos manifestar neste vasto e misterioso universo?”


👉 No próximo artigo: Cosmometria — Os padrões sagrados que estruturam a realidade
Vamos explorar a beleza matemática do universo e o que ela nos ensina sobre harmonia, ordem e conexão. 🌀

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