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Parque Arqueolóxico de Arte Rupestre

by A Herdeira das Serpentes

Museu e parque arqueológico com centenas de petróglifos ao ar livre. Gravuras pré-históricas que revelam uma linguagem simbólica anterior à história escrita.

Gravuras neolíticas e a linguagem ancestral das pedras

O Museu de Arte Rupestre, também conhecido como Parque Arqueológico de Arte Rupestre do Campo Lameiro, localiza-se nos arredores de Pontevedra e reúne um dos acervos mais impressionantes de arte rupestre ao ar livre da Europa Ocidental. É um espaço onde o passado se lê nas superfícies — e onde o território fala através de símbolos gravados há milhares de anos.

Este núcleo museológico é parte de um parque arqueológico com mais de 20 hectares, inserido numa paisagem granítica típica da Galiza interior. Aqui, a rocha foi suporte de expressão espiritual e social desde o Neolítico até à Idade do Bronze.

O que se pode ver

O museu oferece:

  • centenas de petróglifos ao ar livre, com figuras geométricas, espirais, círculos concêntricos, pegadas e formas zoomórficas;
  • trilhos interpretativos sinalizados entre afloramentos rochosos com gravuras originais;
  • reproduções digitais, modelação 3D e contextualização arqueológica no edifício central;
  • zonas sombreadas, silêncio e paisagem envolvente preservada.

As gravuras não são decorativas.
São linguagem. Estão alinhadas com cursos de água, com orientações solares e com pontos altos do relevo. Há interpretações que ligam estas figuras a mapas simbólicos, rituais agrários, cosmologias arcaicas ou marcas de identidade territorial.

Um registo anterior ao mito

O valor do museu não está apenas no que exibe — mas no que preserva como enigma.
As gravuras de Campo Lameiro foram feitas numa época anterior à escrita, anterior à religião estruturada, anterior até à cultura castreja. Mas os seus padrões — espirais, círculos, pegadas — continuam presentes na arte popular, nos bordados, nos ex-votos e nas tradições orais da região.

No contexto do Guia Ophiussa, este museu representa a camada simbólica mais profunda:

  • uma forma de pensamento arquetípico, registado em pedra;
  • uma linguagem não verbal que sobreviveu de forma fragmentária;
  • e uma ligação direta entre território, céu, água e comunidade.

É um ponto de paragem obrigatório para quem quer compreender como começou o olhar simbólico sobre a paisagem ibérica.

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